A pessoa que é dependente de droga deve praticar a técnica e a arte da crítica, tendo um olhar atento para a sua própria cultura e sua capacidade intelectual, como alguém em busca de liberdade. No silêncio de sua mente, deve libertar seu imaginário e duvidar a cada momento de que não superará a angústia gerada pela abstenção da droga, de que domesticará o monstro da dependência, de que não superará o medo, a insegurança, o humor triste. Vou dar apenas alguns exemplos dos pensamentos e atitudes que o Eu deve construir: duvido que não serei livre! Duvido de que não superarei o cárcere das drogas! Duvido de que não serei autor da minha história e não conquistarei uma mente saudável! Ainda que no passado tenha recaído várias vezes, duvido que eu não encontrarei minha liberdade! Lembre-se de que o efeito das drogas é poderoso, capaz de formar janelas killer e a arte de duvidar para reeditar essas janelas e produzir janelas light deve ser exercitada com gana, garra e fortíssima emoção, embora se faça no silêncio mental.
Abra o leque da sua mente e critique como, quando e por quê você entrou nessa armadilha. Critique sua passividade e sua fragilidade. Por exemplo: eu critico meu Eu frágil! Critico minha idéias perturbadoras! Critico o poder da ansiedade (fissura)! Critico minhas falsas promessas e minhas traições! Todos esses exemplo são apenas idéias de como o Eu deve deixar de ser espectador passivo no teatro da mente, entrar no palco e se tornar ator principal da sua liberdade através da arte da crítica.
Um olhar atento
Muita gente vê os jornalistas e escritores como se fossem magos da palavra. Nada disso! São apenas indivíduos um pouco mais atentos que a maioria dos mortais. De olhos bem abertos e de constantemente apontadas, procuram captar, sentir e interpretar os fatos, as coisas, o que acontece no mundo, perto ou longe.
Cada escritor possui uma pequena reserva de idéias básicas, uma espécie de filão subterrâneo construído e armazenado aos poucos, de muitas leituras, de análises e observações, que a memória retém.
O escritor traduz, em poucas palavras, aquilo que a gente escuta, vê e sente, mas talvez sem a preocupação de saber como, quanto e porque é que acontecem.
Leiamos bem o que está escrito e meditemos em silêncio.
“- Então o senhor deseja saber o seu futuro? Perguntou a cartomante para o bêbado que acabava de entrar na sua tenda.
- Não senhora...hic... eu desejo saber o passado...
- O passado?
- Sim... hic... peguei um pifão... hic... e esqueci onde deixei minha carteira, hic! Hic!”
Ser sincero
Enquanto procuramos encontrar a nós mesmos, muitas vezes esquecemos de ser corajosamente sinceros.
Quando buscamos a sinceridade do Deus de nossa compreensão, temos de lhe pedir discernimento, para que nossos defeitos encobertos sejam revelados. É só com sinceridade contínua que mantemos a sobriedade e a limpeza contínuas.
Sou sincero comigo mesmo?
“Senhor, rezo para que dia a dia eu te entregue sinceramente minhas faltas e meus medos.”